Aprender com os clássicos dos outros é uma nova série de textos que irão relatar a minha experência de interacção e partilha com a vasta comunidade existente de apaixonados por automóveis clássicos. Desde artistas, mecânicos, vendedores de peças, jornalistas e (in)comuns entusiastas. Ao contrário da Pré-história de um automóvel, esta série não terá número limite estipulado de partes. Afinal de contas, aprender é um processo constante, e eu tenho muito que aprender.
Muito antes de sequer pensar em comprar um carro mais velho que eu, comecei uma pequena romagem anual por algumas feiras e exposições de automóveis antigos. Parti do zero, e acompanhado “apenas” por alguns bons amigos e uma câmera fotográfica patrocinada pela Francisco & Seisdedos Lda. fui pela aventura. Nestes eventos, movido pelo gosto automóvel, fui expontaneamente travando conhecimento com vários vendedores, mecânicos, jornalistas e entusiastas, sendo que hoje posso dizer que permaneço amigo de alguns deles. Foi um novo círculo de contactos e amizades que quis criar, o que me veio a dar uma bagagem fulcral na hora de escolher e aprender a manter um carro. Como já devem ter percebido pelos posts anteriores, para além de ter um pai com mais juízo que eu (como têm sempre), na minha família nunca tive ninguém particularmente entusiasta por clássicos, ou que voluntáriamente se quisesse dedicar a um. Portanto senti-me, desde o primeiro momento, em território desconhecido. Já para não falar do handicap de vinte e poucos anos de atraso no que toca a vivências neste meio, face a pessoas da minha idade que tiveram a sorte de desde muito cedo poderem contactar com estes carros via familiar. Mas alguém tem que dar o primeiro, certo? E não seria a falta de incentivo ou bases que me iria demover da minha ideia.
E porque é que todo este background (ou falta dele) é importante? Em que é que este conhecimento influencia a minha experiência com o meu Toyota Starlet? Faz toda a diferença. Um dos maiores benefícios de possuir um carro antigo é poder entrar para uma comunidade de pessoas activas, entusiastas e apaixonadas acima da média pelo automóvel. Algo que é simplesmente impossível de acontecer à mesma escala com um carro “normal” moderno. É a diferença entre ter que conduzir um automóvel porque se quer, ou porque tem que ser. Todas estas ligações e amizades, para além de tornarem transcendente a experiência de possuir um carro, podem vir a ser muito úteis no dia em que algo corra mal.
Podes ver as fotos que tirei no Caramulo Motorofestival, entre outos encontros, no meu Flickr.
Nós próximos posts desta série, irei escrever (dentro das minhas limitações) sobre algumas das engrenagens que, em algum ponto, já me deram auxílio neste ainda curto percurso: Feiras, exposições, clubes, provas, encontros, fórums, sites, páginas, grupos, entre outros.
Para terminar, quero fazer uma homenagem especial ao Caramulo Motorfestival que, mesmo sem querer, foi no fundo o percursor derradeiro para uma ideia que, alguns anos depois, consegui realizar. O meu primeiro carro pré-clássico.
Um pensamento em “Encontros de Clássicos – Génese.”